terça-feira, 10 de setembro de 2013

Quando eu ligo pra Betta

O telefone dela toca em um som estridente, do qual eu de longe não consigo se quer ouvir, mas do meu lado da linha, tem um coração latente, que rompendo o silencio bate forte, bate muito, se bate e rebate um nervosismo que leva a minha assinatura, uma leve dose de ansiedade com um pequeno toque de ternura, de uma criatura que desperta ao som do alô que ela não fala. E dela não se ouve quase nada, mas como qualquer outra princesa encantada ela precisa respirar. E como ela respira, respira a medida que eu inspiro, acredito que ela seja apenas a princesa, pois o encanto ficou comigo e de fato, me encantou. De repente, mesmo eu que sempre fui bom com as palavras, percebi que elas já não me acompanhavam. Tive que catar no ar, antes mesmo respirar pra poder então dizer, tudo aquilo que hoje já está esquecido, o tão pouco que te fez sorrir e que além da respiração eu pude ouvir. Meu prêmio, ganhei minha recompensa, isso sim é bonito, o teu sorriso compensa, disfarça um nervosismo nobre e abre as asas de uma alegria sincera, de uma bondade extremamente severa, de uma princesa não mais encantada, de um bobo sem fala, não mais tão esperto, que vive lembrando daquele dialogo quieto, no qual foi dito mais do que ele esperava ouvir, e que um dia quem sabe ela também descobriria o quanto ele gosta de tudo aquilo sentir. Ela não precisa nem falar, só basta sorrir, pra ele sorrir de volta, e novamente feliz poder dormir.

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