segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Nossa noite

Finalmente aconteceu, já não aguentava de ansiedade, colocava a mão no peito, olhava pro céu e pedia piedade. “Tendes compaixão de mim meu caro senhor, sou um jovem simples, que de grande só tem o amor” E mesmo assim parece que naquela noite meu pai não me ouvira, pois o pesar que sentia no peito que segurava, fortemente ardia e paixão assim tão boa, não viria de fonte que não fosse divina. Então me sujeitei ao medo que me banhava com o seu suor, mesmo que trazendo a esperança de com o tempo tudo ficar melhor. E realmente ficou. Mas não foi o tempo quem me curou de uma agonia tamanha, só me senti mais uma vez livre, depois que ouvi a sua voz estranha. Estranha e rouca, de uma noite de prantos. Tinha a ressaca nos olhos que choraram os litros que embriagaram os cantos, que logo se tornaram murmúrios por temer não saber pra onde aquela paixão a iria levar, mas com coragem que nunca vi ninguém ter, ela pôs o vestido florido e veio com fé no caminhar. Em minha direção, ela veio sem tardar, abrindo de leve os braços, soltando um ar preso e cansado, começou a me contar:
- Nunca me senti assim. Tão nervosa a tal ponto. Por favor me desculpe, não sei se será seu melhor encontro.
- Com isso não se atormente, tenho certeza de que não será ruim.
- É que nunca senti algo tão forte, estranho, como o amor que diz ter por mim.
- Nunca é fácil entender, eu mesmo aprendi a apenas ir levando. Não sei se existe um único porque, mas se existir, passarei com alegria o resto de minha vida procurando.
- Fico boba só de pensar, que talvez essa linda ilusão seja verdade...
- Então me abrace bem forte, e lembre-se dessa noite, pois aqui começa a eternidade.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Des-poéticos

Nós somos quem você deseja ser, já sendo. Somos o exemplo de viver vivendo. Somos os homens que amam as flores. As mulheres apaixonadas pelos ardores. Compartilhamos juntos nossas dores, amores. Sem gênero. Sem idade. Com e sem cores. Somos mais do que parecemos ser. Somos metade do que mostramos ao escrever. Ao nos escrever. Somos mais ainda quando se tem alguém pra ver. Somos as nuvens que choram no céu. Somos as virgens que rasgam o véu. Somos o calor que de longe aquece. O frio que perto muita coisa promete. Muita coisa esconde. Entre o mundo de sentimentos e você, nós somos a ponte. Somos um único ser, desprovidos do que nos impede de sonhar. Somos os dois companheiros que sempre unidos escrevem ao imaginar. Somos os três mosqueteiros que guardam o tesouro do santo saber. Os quatro fantásticos da qual por desejo quer conhecer. Os cinco dedos que tateiam o seu coração quando lê. O sexto sentido que lhe contamina com tanto prazer. Somos os 7 pecados que sobre o papel nos fazem viver. Somos as oito moedas que compram sem culpa as dores que tens. Somos os nove lugares do inferno de Dante que nos tem como refém. Nos expurgando de tudo aquilo que algo nos retém. Nos lembrando a cada momento que como divinos, mortais também podemos ser. Erros banais cometer. Lembranças singelas até esquecer. Mas sempre seremos, os Des-poéticos que tanto queres ler.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

M

O meu nervosismo é de longe interpretado como algo normal. Minha inquietação é compreendida pelo som de partida que fez a minha calma ao deixar meu corpo na companhia do desespero. Me vejo de relance no reflexo de um espelho qual reflete apenas o meu querer. Ao ver que nele não se refletia nada, deixei a lógica me contar que eu desejava não estar ali. A minha inquietação percorria uma longa maratona e mudava de direção quando minha perna tremia. Senti que muito tempo em pé a minha estrutura física não se sustentaria e desmoronar fazia parte de um futuro próximo e inevitável. Comecei a olhar pra dentro na busca de fugir do horror de não enxergar o que havia fora e me aterrorizei ao ver os sentimentos implodindo as lembranças construídas ao longo de um tempo tão precioso. Vi que mesmo sendo maravilhosamente talhadas e detalhadas elas não sobreviveram as intempéries naturais de minha natureza errônea. Meu suor se juntava com as lagrimas e espelhava o gosto amargo que o sal do meu corpo tinha e via que assim como meus olhos todo o resto também chorava. Minha dor se contorcia conforme a realidade ela distorcia e mais uma vez me senti escravo de um amor covarde e dependente de uma alegria rara. Deficiente que não enxergara nada antes de lhe conhecer. Amante novato que presenciara o teu crescer. Inútil que não se sentia forte pra lutar, sem a coragem de perder e aceitar. Imprestável que não sabia que já sabia o que teria que fazer. E pela gravidade da situação, pra abaixo do chão, sem pesar, almejava descer. E ali ficar. E quando finalmente meus joelhos desceram sem dó, me senti no dever de implorar-te o perdão. Perdão por ter que deixar-te, por ter que partir, assim, bem assim. Meio sem adeus. Meio sem fi

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Assim bem maduro

Se quiseres partir, ir embora pra onde nunca antes sonhou estar, me olhe nos olhos e me peça pra não lhe convencer a ficar. Se queres se libertar da sua liberdade, se prender apenas à sua realidade, me diga com a tua boca de que isso desejas de verdade. Diga que em verdade me diz, que nossa felicidade não mais lhe condiz, não mais lhe convém. Diga que no fundo no fundo, você não queria que eu fosse esse alguém, que presente nos seus maiores anseios, carregando o fardo do seu pesado sorriso perdido, lhe trouxe de volta na vida o verdadeiro sentido. Se queres me deixar, mesmo sabendo que continuará a me amar, por favor não faça uma cena, Não me gere o problema de ter que chorar um sentimento que não sinto, de sofrer por uma razão que não vejo. Se for pra que vá, lhe digo com calma e com amor, que não posso impedir as lembranças de te acompanharem onde quer que for, Não posso garantir que não sentirá dor, muito menos de longe ameniza-la. Mesmo te amando não poderei ampara-la. Se queres sumir, fazer dos meus mais belos pesadelos a sua mais nova moradia, lhe agradeço o apreço de partir com alegria e desejo que vá, o mais rápido que puder, não que eu esteja zangado, bravo contigo? Longe de mim mulher, é que no lugar que tu deixa vago, já tem gente querendo plantar o pé. E estou doido pra colher os frutos, você me conhece, sabe como é.

sábado, 12 de outubro de 2013

Assim

Pensamento longe, levado pelo vento, sensação gostosa onde a calma te traz alento. Deito na grama e lá mesmo fico. Assim me contento. Esperando o momento certo de deixar meu coração alçar o voo matinal, atravessando meu quintal que carinhosamente chamo de mundão. E nisso fico à espera do pouso que se aproxima, meu peito até se anima e me deleito em apreciar que as lembranças qual meu coração foi buscar, vem com um tempero diferente. Tem de longe um brilho ardente, cor vívida, cheiro atraente. Em meio a essa calmaria, o que eu tiro de sabedoria é: “Como é bom amar minha gente”. Assim, desse jeito. Simplesmente.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Lutei

Mas a fome que sinto de você sempre falou mais alto, superando o som do pranto que derramei por me sentir traído pelo seu olhar. Mesmo que a doença tenha me tirado o paladar, o gosto do beijo que ainda não lhe dei amarga a minha boca e salga o meu oceano de pensamentos. A febre hoje não me tem mais como refém, me acostumei a sentir o calor de te amar intensamente e se hoje o meu corpo não tem mais forças para resistir a esse desejo, é porque as perdi quanto corri pelo caminho do infinito na busca incansável de um abraço teu. Se hoje não vou ao teu encontro, é porque cheguei a tal ponto, de me apaixonar pela sombra do que um dia você foi em meus sonhos. Me dou o direito de viver o pesadelo com o qual me presenteaste e me entrego hoje de resto de corpo e alma, para amar o amor que um dia senti por você que não merece a minha mais seca lágrima.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Amar.Ela

Pode ter certeza, não é nenhuma lei natural, ou força sobrenatural da própria natureza. Me apaixonei por ti, por pura proeza, de sua pessoa, que é alegre com a beleza da vida, que não nega nenhuma ferida, e que chora por dentro e por fora, e acredite, só Deus sabe o quanto corri por ai afora. O quanto penei e o quanto sofri. Por quantos dias deixei de sorrir, achando que sozinho em um mundo vasto meu coração estava. Quando na verdade você na minha vida era o que faltava. Você era o que eu pedia. Secretamente em cada oração, rogando por amor e perdão, a fim de melhorar, de crescer, aprender. Me o tornar o homem que crê, ser digno de você. Ser digno de te alimentar a alma. Ser capaz de lhe afugentar a calma. De fazer o desespero tomar conta do seu corpo. De lhe apresentar a saudade como seu mais novo conforto. De te mostrar que o sofrimento que vem com o amor, que essas pontadas que tu sente de dor, são meros lembretes do que realmente importa. Por isso não quero que se desgaste, preciso de você inteira quando eu bater em sua porta.

domingo, 6 de outubro de 2013

Respira

Foi nessa tarde fria que a chuva quebrou o silencio que começou quando amanheceu esse domingo barulhento. Barulhento pra quem está de fora do silencio atordoante que é aqui dentro. Dentro de um peito que se aperta, se espreme, mas nada desperta. Dentro da mente que pensa, que cansa, mas ideia nenhuma ela alcança. Dentro do mundo próprio, criado por uma imaginação que não para, mas também não começa. E assim o dia vai passando e se termina a minha pressa. Mesmo que minha alma peça, não quero somente querer. Preciso voltar a sentir, pra depois pensar em voltar a escrever.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Show

Não sou nenhum palhaço, não sou e não é por pirraça. De vermelho só tenho as bochechas, de quando você me deixa sem graça. Não uso nenhuma peruca, embora meu cabelo seja engraçado, enroladinho assim como eu fico, quando você me confunde a cuca. Fico pensando "sera que ela é boba ou por gostar de mim ela seja maluca?". Não sou nenhum palhaço, nem tenho certa habilidade. Não me equilibro nem em minha vida, que dirá em cima de um balde, fazendo malabarismo. Divertir as pessoas? Um, não sei se isso é mesmo comigo. O que sei ao meu respeito, são apenas os pontos que tu me aponta. A timidez que eu tenho que na sua boca vira poema e a risada de menino que apronta. A minha criatividade, que você diz com facilidade, a minha enorme essência, menino "Gôido" de paciência, que finge de longe ser um valente, cabra macho que te faz rir quando fala oxente. Minhas inocentes tentativas, de cantar ao tocar as cordas que tremem menos que eu, tomado pelo nervosismo de ser amado seu. Ah como já quis ser um palhaço. Como queria andar sorrindo pra Deus e o mundo, já estou mesmo acostumado a esconder as lagrimas, só não tenho pela minha frente esse escudo. de andar maquiado, passo apertado, olhar profundo, sentir a saudade de um amor moribundo. Hoje em dia não desejo mais. Não me importo em não ser um palhaço. Aceito meu destino de viver na bagunça, na interna e eterna zona, desde que venha para o meu espetáculo e traga contigo só a nossa lona.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

É Viver

Guardo de você as lembranças mais belas de se lembrar. Protejo com vigor, as características que tu tens, na esperança de em mim mesmo te encontrar. Ouço sempre que posso, a mesma batida que um dia ouvi no teu peito. Peito que carregava, um pouco do meu simples ser. Um pouco do meu sujeito. E sujeito estou a crer, que tu ouvira de volta as batidas que tinham certamente um pouco, muito do seu jeito. Vejo todas as fotos antigas, sempre que as pessoas tentam me convencer do quanto sou incompleto. Do Quanto pareço vazio. Engulo isso indigesto. Com medo de acreditar, que um dia minha metade partira para um distante sem retorno. De como aquele adeus seria de péssimo agouro. Mas mesmo com pouca resiliência, não tenho falta de conduta relacionado a paciência, Pois guardo de você, as lembranças mais belas de se lembrar. E se caso um dia tu retorne, mesmo que para meus braços não venha, compartilharei com você o prazer que encontrei na palavra recordar.

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Sendo Assim

Não me imagino um dia sequer sem que eu sinta vontade de ver o sorriso dos teus olhos ao amanhecer.

Não me permito por hipótese alguma esquecer das lembranças que tenho quando te vejo caminhar ao meu encontro.

Não suporto a dor no peito que grita saudade, em busca da atenção de um eu te amo.

Me comporto como o mais novo apaixonado, que ainda fica bobo e se derrete em pranto.

Sou o resultado de um longo tempo de trabalho, que reuniu as mais belas cores, das mais lindas flores e dos melhores cantos.


Não sou perfeito, não sou nenhum santo, não tenho muitas virgulas, não sei se tenho ponto, mas o que me faz especial, é que sou seu e pronto. 

Amarela

Meu sorriso matinal inaugurou um novo tom. Se rebelou e quebrou seu padrão em homenagem a ela. Virou pra mim e disse com calma depois do bom dia “hoje alegria é por causa dela”. Não demorei a entender de quem se tratava. Não tinha porque ser outra pessoa. Tinha que ser a moça desenvergonhada que nasceu pra mim ali, em um passado que passou apenas da meia noite. E de meia noite continuou passando, Se estendendo. Quando me dei conta, já havia um diálogo nascendo. Um diálogo que me acariciava de leve, palavras gentis que me roubavam o sono. Percebi naquele instante o quanto eu era privilegiado. A tempos sonho em conhecer alguém que assim como eu se considera abençoado, e ela sem dúvida, deve saber como é. Pra muitos amor é visto como fardo pesado, pra nós, é simples como tirar fruta do pé. A gente sofre, a gente chora, a gente tenta não sentir saudade, mas mesmo assim é prazeroso sofrer por amar de verdade. A gente ri, a gente brinca e com o coração na boca a gente escreve. Em vez de falar as palavras ele só nos diz pra que elas servem. Era disso que sentia falta. Era isso que ainda não tinha. A companhia de alguém que sabia sorrir com tamanha e alegria. Que sabre sofrer como ninguém mais faz. Que precisa do alento que só eu, o bobo apaixonado traz. E isso não sai da minha cabeça. Como alguém assim podia existir? Se a vida é uma obra de arte nossa, da minha pintura fazer. Quero a minha poder colorir. Já encontrei o tom que faltava e sei que dela variações possam vir. Não é rosa de amor, nem vermelho de paixão. Verde de uma esperança também não é, muito menos o oceano azul e sua imensidão. Hoje acordo com alegria, e pinto felicidade com a minha agora completa aquarela, que só serve pra pintar a minha vida, por causa da minha linda e nova cor amarela.