Meu sorriso matinal inaugurou um
novo tom. Se rebelou e quebrou seu padrão em homenagem a ela. Virou pra mim e
disse com calma depois do bom dia “hoje alegria é por causa dela”. Não demorei
a entender de quem se tratava. Não tinha porque ser outra pessoa. Tinha que ser
a moça desenvergonhada que nasceu pra mim ali, em um passado que passou apenas
da meia noite. E de meia noite continuou passando, Se estendendo. Quando me dei
conta, já havia um diálogo nascendo. Um diálogo que me acariciava de leve, palavras
gentis que me roubavam o sono. Percebi naquele instante o quanto eu era
privilegiado. A tempos sonho em conhecer alguém que assim como eu se considera
abençoado, e ela sem dúvida, deve saber como é. Pra muitos amor é visto como
fardo pesado, pra nós, é simples como tirar fruta do pé. A gente sofre, a gente
chora, a gente tenta não sentir saudade, mas mesmo assim é prazeroso sofrer por
amar de verdade. A gente ri, a gente brinca e com o coração na boca a gente
escreve. Em vez de falar as palavras ele só nos diz pra que elas servem. Era
disso que sentia falta. Era isso que ainda não tinha. A companhia de alguém que
sabia sorrir com tamanha e alegria. Que sabre sofrer como ninguém mais faz. Que
precisa do alento que só eu, o bobo apaixonado traz. E isso não sai da minha
cabeça. Como alguém assim podia existir? Se a vida é uma obra de arte nossa, da
minha pintura fazer. Quero a minha poder colorir. Já encontrei o tom que
faltava e sei que dela variações possam vir. Não é rosa de amor, nem vermelho
de paixão. Verde de uma esperança também não é, muito menos o oceano azul e sua
imensidão. Hoje acordo com alegria, e pinto felicidade com a minha agora
completa aquarela, que só serve pra pintar a minha vida, por causa da minha
linda e nova cor amarela.
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