quarta-feira, 16 de outubro de 2013

M

O meu nervosismo é de longe interpretado como algo normal. Minha inquietação é compreendida pelo som de partida que fez a minha calma ao deixar meu corpo na companhia do desespero. Me vejo de relance no reflexo de um espelho qual reflete apenas o meu querer. Ao ver que nele não se refletia nada, deixei a lógica me contar que eu desejava não estar ali. A minha inquietação percorria uma longa maratona e mudava de direção quando minha perna tremia. Senti que muito tempo em pé a minha estrutura física não se sustentaria e desmoronar fazia parte de um futuro próximo e inevitável. Comecei a olhar pra dentro na busca de fugir do horror de não enxergar o que havia fora e me aterrorizei ao ver os sentimentos implodindo as lembranças construídas ao longo de um tempo tão precioso. Vi que mesmo sendo maravilhosamente talhadas e detalhadas elas não sobreviveram as intempéries naturais de minha natureza errônea. Meu suor se juntava com as lagrimas e espelhava o gosto amargo que o sal do meu corpo tinha e via que assim como meus olhos todo o resto também chorava. Minha dor se contorcia conforme a realidade ela distorcia e mais uma vez me senti escravo de um amor covarde e dependente de uma alegria rara. Deficiente que não enxergara nada antes de lhe conhecer. Amante novato que presenciara o teu crescer. Inútil que não se sentia forte pra lutar, sem a coragem de perder e aceitar. Imprestável que não sabia que já sabia o que teria que fazer. E pela gravidade da situação, pra abaixo do chão, sem pesar, almejava descer. E ali ficar. E quando finalmente meus joelhos desceram sem dó, me senti no dever de implorar-te o perdão. Perdão por ter que deixar-te, por ter que partir, assim, bem assim. Meio sem adeus. Meio sem fi

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