quarta-feira, 6 de março de 2013

Abreu.


E muito antes dos nosso destinos, nossos desejos, foram nossos olhos que primeiro se encontraram. Se encontraram de uma linda forma. Uma forma nossa. Muito antes dos nossos pensamentos ganharem forma, muito antes dos nossos sonhos criarem raízes, foram nossos corações, os primeiros a cantarem, os primeiros a ditarem o ritmo que nos faria feliz. E fez. Muito antes de saber que a amava, muito antes de saber que eu a queria, muito antes daquelas lagrimas derramadas, muito antes disso ela sorria. Ela sorria como não sorrir mais. Ela me olhava, como nunca mais vai olhar. E muito antes de estar pronta pra dizer eu te amo, ela já sabia o que era me amar, já havia experimentado da doçura, de ser a bela, a moça mais pura, de aos meus lábios tocar, em meus braços recitar, o poema de amor que só ela sabia, que só ela dizia, e que só nós dois sentimos. Só nós dois ouvimos. Só nós. Juntos. Rimos. E antes de juntos não mais estar, antes mesmo do tempo nos pregar uma peça, nos trazer pensamentos, vontades repentinas, desejos incertos, e o arrependimento das palavras ditas, dos pedidos feitos, dos desfeitos. Antes mesmo de todo esse fundo incerto. De todo esse mal correto. De todo esse eu não quero mais. Pude ver em um sorriso doce, o mais doce que já vira, pude ver uma alegria única, em uma única vez, um único instante, onde o som das minha palavras, eram insignificantes, e a felicidade em seu rosto, rasgava o papel do presente. Mas o presente maior era meu, e eu sabia que a dor maior seria. Ver o caminhar do rosto feliz, do sorriso doce e da alegria. Ao menos um pedaço de mim ela leva. Um pedaço de mim com ela ficou. Não sei se ela lembra quando pra ele olha. Não sei se importa o seu pequeno valor. Só sei que o meu presente maior, na mente está com seu lugar guardado, esperando novamente por seu sorriso ele ser rasgado, pra novamente, se tornar seu. Se tornar novamente. Se tornar Abreu.

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